O PESO DAS BARREIRAS ATITUDINAIS NA EVASÃO ESCOLAR DE ESTUDANTES NEURODIVERGENTES

Resumo

A evasão escolar de estudantes neurodivergentes constitui expressão contundente das limitações históricas do sistema educacional brasileiro em assegurar permanência, reconhecimento e desenvolvimento pleno. Este estudo analisa como barreiras atitudinais — entendidas como disposições subjetivas que orientam expectativas, julgamentos e práticas pedagógicas — configuram o núcleo estrutural do afastamento progressivo desses estudantes. A pesquisa, de natureza qualitativa e ancorada em revisão bibliográfica e documental, revelou que a diferença, quando interpretada sob lentes normativas, converte-se em motivo de silenciamento, infantilização e invisibilidade. A análise dos resultados demonstra que políticas inclusivas, embora essenciais, tornam-se insuficientes quando não articuladas à transformação profunda da cultura escolar. Verificou-se que a permanência depende da revisão das concepções que vinculam neurodiversidade a déficit, da reorganização metodológica e do fortalecimento de vínculos colaborativos entre escola, família e serviços de apoio. Conclui-se que enfrentar a evasão exige deslocamentos éticos e pedagógicos capazes de promover ambientes educacionais sensíveis, democráticos e responsivos às singularidades.