INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E DIGITALIZAÇÃO DA SAÚDE NO SUS: DESAFIOS E OPORTUNIDADES

Resumo

A incorporação da Inteligência Artificial (IA) e das tecnologias digitais no Sistema Único de Saúde (SUS) representa uma transformação profunda nas práticas de cuidado, gestão e vigilância em saúde no Brasil. A digitalização dos serviços, impulsionada por iniciativas como a Estratégia de Saúde Digital 2020–2028 (Ministério da Saúde, 2020), oferece oportunidades significativas para ampliar o acesso, otimizar processos e aprimorar a tomada de decisão clínica. Autores como Davenport e Kalakota (2019) destacam o potencial da IA em diagnósticos, predição de doenças e personalização terapêutica, enquanto autores brasileiros, como Mendes (2021), ressaltam a importância de integrar essas tecnologias ao contexto público, respeitando os princípios de universalidade e equidade do SUS. Contudo, desafios persistem, incluindo a interoperabilidade dos sistemas, a proteção de dados sensíveis (Lei nº 13.709/2018 – LGPD), a qualificação dos profissionais e a desigualdade no acesso digital entre regiões. Além disso, a implementação ética da IA demanda governança transparente e políticas públicas orientadas pela justiça social. Assim, a IA e a digitalização configuram tanto uma oportunidade estratégica para fortalecer o SUS quanto um desafio complexo que exige planejamento, investimento e compromisso ético com a redução das desigualdades em saúde.