BATISMO DE JOÃO E RITUAIS DE PURIFICAÇÃO NO JUDAÍSMO DO SEGUNDO TEMPLO (SÉC. I A.C.–I D.C.): DIFERENÇAS DE SENTIDO, PÚBLICO E FINALIDADE

Resumo

O trabalho examinou as práticas de purificação no Judaísmo do Segundo Templo, com foco no batismo de João como uma inovação em relação aos rituais tradicionais. O objetivo central foi identificar as diferenças de sentido, público-alvo e finalidade entre os rituais de purificação judaica e o batismo joanino. A pesquisa utilizou uma abordagem qualitativa, com análise de fontes primárias e secundárias, incluindo textos bíblicos, obras de historiadores e documentos apócrifos. A coleta de dados concentrou-se na caracterização das práticas de purificação e na compreensão do contexto social e religioso em que o batismo de João emergiu. Os resultados indicaram que os rituais de purificação judaica eram rigidamente estruturados em torno da Lei e da sacerdotalidade, enquanto o batismo de João se destacou por sua acessibilidade e ênfase na transformação moral e espiritual. O estudo concluiu que, embora compartilhassem elementos formais, como a imersão em água, as práticas diferiam profundamente em suas finalidades e significados. O batismo de João não apenas democratizou o acesso à purificação, mas também representou uma resposta às tensões sociais da época, estabelecendo uma conexão mais direta entre o indivíduo e Deus. Essa análise permitiu uma compreensão mais profunda das dinâmicas de continuidade e inovação no Judaísmo tardio, revelando como práticas religiosas podem ser reinterpretadas em novos contextos históricos.