RESERVAS PARTICULARES DO PATRIMÔNIO NATURAL (RPPNs) NO BRASIL: UMA ANÁLISE INTEGRADA DA EFICÁCIA ECOLÓGICA, SUSTENTABILIDADE JURÍDICA E CONTRIBUIÇÕES PARA AS METAS DE CONSERVAÇÃO
DOI:
https://doi.org/10.63330/armv1n3-004Palavras-chave:
Unidades de Conservação, Conservação Privada, SNUC, Biodiversidade, Política AmbientalResumo
As Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs) representam um modelo inovador de conservação ambiental voluntária no Brasil, integrando propriedades privadas ao Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC). Este artigo analisa seu desenvolvimento histórico, marco jurídico e contribuições ecológicas, destacando seu papel estratégico na proteção da biodiversidade. Por meio de revisão documental e análise de dados oficiais, demonstra-se que as RPPNs, reguladas pela Lei nº 9.985/2000 (SNUC) e pelo Código Florestal (Lei nº 12.651/2012), já protegem mais de 1,8 milhão de hectares, abrigando espécies ameaçadas e formando corredores ecológicos essenciais. O estudo detalha os incentivos fiscais (como isenção do ITR) e econômicos para proprietários, além de discutir desafios burocráticos e oportunidades de expansão. Os resultados reforçam que as RPPNs são fundamentais para atingir metas nacionais e internacionais de conservação, combinando efetividade ecológica com sustentabilidade econômica. Conclui-se que o fortalecimento dessa categoria – mediante políticas públicas integradas – pode ampliar significativamente a proteção de biomas críticos como Mata Atlântica e Cerrado.
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