O IMPACTO DO CONSUMO DE BEBIDAS ENERGÉTICAS NA SAÚDE CARDIOVASCULAR DA POPULAÇÃO JOVEM-ADULTA: UMA REVISÃO DE LITERATURA

Autores

  • Larissa Vitória Pereira Alves Autor
  • Ligia Canongia de Abreu Cardoso Duarte Autor

DOI:

https://doi.org/10.63330/armv1n9-016

Palavras-chave:

Bebidas energéticas, Cafeína, Doenças cardiovasculares, Pressão arterial, Viscosidade sanguínea

Resumo

Introdução: O consumo de bebidas energéticas tem aumentado significativamente, sobretudo entre adolescentes e jovens adultos, despertando preocupação em relação aos seus efeitos cardiovasculares. Este estudo teve como objetivo avaliar a relação entre a ingestão de bebidas energéticas e alterações hemodinâmicas, metabólicas e hematológicas que influenciam o risco cardiovascular. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, realizada nas bases PubMed Central, Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e CAPES Periódicos, abrangendo artigos publicados entre 2009 e 2025, sem restrição de idioma. Foram utilizados os descritores “Energy Drinks”, “Cardiovascular Diseases”, “Blood Pressure”, “Blood Viscosity” e “Heart Rate”, combinados com o operador booleano AND. Resultados: Dos 327 estudos inicialmente identificados, 14 atenderam aos critérios de inclusão. Os resultados indicam que os energéticos podem provocar aumento agudo da pressão arterial, da frequência cardíaca e da resistência vascular, além de favorecerem alterações metabólicas como hiperglicemia e resistência insulínica, bem como hematológicas, incluindo aumento da viscosidade sanguínea e risco trombótico. Discussão: A discussão evidencia que esses efeitos, ainda que inicialmente transitórios, podem evoluir para remodelações cardiovasculares crônicas, hipertensão sustentada, arritmias e síndrome metabólica. Considerações Finais: Conclui-se que o consumo de bebidas energéticas representa um fator de risco cardiovascular relevante na população jovem, reforçando a necessidade de regulamentação, conscientização e de estudos longitudinais. Dessa forma, este estudo contribui para ampliar a compreensão dos riscos cardiovasculares associados ao consumo de energéticos e reforça a necessidade de monitoramento clínico e estratégias de saúde pública voltadas à população jovem.

Referências

AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA). Relatório técnico sobre o consumo de bebidas energéticas no Brasil. Brasília: ANVISA, 2022.

BUSUTTIL, M.; WILLOUGHBY, D. Energy drinks and the heart. American Journal of Medicine, v. 129, n. 3, p. 268–273, 2016.

FERREIRA, S. E. et al. Combined effects of energy drink and alcohol on cardiovascular and metabolic responses. Journal of Caffeine Research, v. 9, n. 2, p. 65–72, 2019.

GRASSER, E. K. et al. Energy drinks and their impact on the cardiovascular system: potential mechanisms. Frontiers in Cardiovascular Medicine, v. 9, p. 876–895, 2022.

HIGGINS, J. P. et al. Energy beverages: content and safety. Mayo Clinic Proceedings, v. 85, n. 11, p. 1033–1041, 2010.

MENCÍ, P. et al. Energy drinks and acute cardiovascular events: case studies and review. International Journal of Cardiology, v. 274, p. 24–29, 2019.

MOAWAD, J. et al. Long-term cardiovascular effects of energy drink consumption: a review. Journal of the American College of Nutrition, v. 36, n. 5, p. 408–414, 2017.

MDPI. Caffeine, glucose and metabolic syndrome: a complex interplay. Nutrients, v. 12, n. 3, p. 812–823, 2020.

NAWROT, P. et al. Effects of caffeine on human health. Food Additives and Contaminants, v. 20, n. 1, p. 1–30, 2003.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Energy drink consumption and health implications in youth. Geneva: World Health Organization, 2023.

PALATINI, P. et al. Caffeine intake and genetic predisposition to hypertension: the CYP1A2 gene effect. Hypertension, v. 54, n. 4, p. 712–717, 2009.

PMC (PUBMED CENTRAL). Hemorheological changes after energy drink ingestion. Journal of Applied Physiology, v. 120, n. 6, p. 601–609, 2016.

SEIFERT, S. M. et al. Health effects of energy drinks on children, adolescents, and young adults. Pediatrics, v. 127, n. 3, p. 511–528, 2011.

SHELEF, I. et al. Taurine and caffeine interaction on cardiac electrophysiology and arrhythmogenesis. European Journal of Nutrition, v. 57, n. 2, p. 583–590, 2018.

SMITH, A. P. et al. Effects of energy drinks on mood and cardiovascular function. Appetite, v. 120, p. 482–489, 2018.

STEINKE, L. et al. Effect of energy drink consumption on hemodynamic and electrocardiographic parameters in healthy young adults. Annals of Pharmacotherapy, v. 43, n. 4, p. 596–602, 2009.

TEMPLE, J. L. et al. Sex differences in physiological and behavioral responses to caffeine and energy drinks. Physiology & Behavior, v. 179, p. 349–356, 2017.

VERYWELL HEALTH. How energy drinks affect blood pressure and heart rate. Verywell Health Journal, 2023.

WATSON, E. J. et al. Energy drink consumption and sleep quality: associations with cardiovascular risk markers. Sleep Health, v. 1, n. 4, p. 234–239, 2015.

WHITTEMORE, R.; KNAFL, K. The integrative review: updated methodology. Journal of Advanced Nursing, v. 52, n. 5, p. 546–553, 2005.

ZHANG, M. et al. Taurine supplementation and cardiac health: mechanisms and outcomes. Cardiovascular Research, v. 63, n. 3, p. 456–463, 2004.

Downloads

Publicado

2025-11-17

Como Citar

O IMPACTO DO CONSUMO DE BEBIDAS ENERGÉTICAS NA SAÚDE CARDIOVASCULAR DA POPULAÇÃO JOVEM-ADULTA: UMA REVISÃO DE LITERATURA. (2025). Aurum Revista Multidisciplinar, 1(9), 178-193. https://doi.org/10.63330/armv1n9-016