TRANSTORNO GLOBAL DO DESENVOLVIMENTO E EDUCAÇÃO INCLUSIVA: FUNDAMENTOS TEÓRICOS, POLÍTICAS PÚBLICAS E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS
DOI:
https://doi.org/10.63330/aurumpub.020-068Palabras clave:
Educação inclusiva, Transtorno Global do Desenvolvimento, Políticas públicas, Práticas pedagógicasResumen
O presente artigo discute o Transtorno Global do Desenvolvimento (TGD) a partir da perspectiva educacional, com ênfase nos desafios e nas possibilidades que a escola enfrenta diante da inclusão de estudantes diagnosticados com esse transtorno. O TGD, que envolve diferentes condições do neurodesenvolvimento – como o Transtorno do Espectro Autista (TEA), a Síndrome de Asperger, o Transtorno Desintegrativo da Infância e outros quadros de desenvolvimento atípico – é compreendido não apenas como uma questão médica, mas como um fenômeno social e educacional que impacta diretamente a organização das práticas pedagógicas.
Partindo das contribuições de autores clássicos como Vygotsky e Piaget, busca-se compreender a importância das interações sociais e do desenvolvimento cognitivo para a aprendizagem dos sujeitos com TGD, reconhecendo suas singularidades e potencialidades. Além disso, o artigo dialoga com estudiosos contemporâneos da educação inclusiva, como Mantoan, Januzzi e Glat, que defendem uma escola plural, democrática e acessível, fundamentada no respeito às diferenças. A análise destaca que a inclusão não deve ser entendida apenas como a presença física do estudante em sala de aula, mas como a efetiva participação nos processos de ensino-aprendizagem, o que requer mudanças metodológicas, adaptações curriculares e a formação continuada de professores.
No campo legal, o estudo apresenta uma reflexão sobre as principais normativas brasileiras que garantem o direito à inclusão, como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), a Lei Brasileira de Inclusão (LBI) e a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Essas legislações asseguram que crianças com TGD tenham garantido não apenas o acesso, mas também a permanência e o sucesso escolar, impondo às instituições educativas o desafio de construir práticas pedagógicas equitativas.
Nesse contexto, o artigo aponta que a escola deve assumir o papel de promotora de interações significativas, mediando o desenvolvimento das potencialidades cognitivas, emocionais e sociais das crianças com TGD. Para isso, a ação pedagógica precisa ser dialógica, colaborativa e baseada em estratégias inclusivas, que respeitem os diferentes ritmos e estilos de aprendizagem. Ao final, conclui-se que a inclusão educacional dos sujeitos com TGD demanda não apenas adaptações individuais, mas sobretudo uma transformação estrutural da escola, que deve ser capaz de acolher a diversidade como valor constitutivo do processo educativo.
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