ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE OS EXAMES DE DNA-HPV E CITOPATOLÓGICO NO RASTREAMENTO DO CÂNCER DE COLO DE ÚTERO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: REVISÃO DE LITERATURA
DOI:
https://doi.org/10.63330/aurumpub.014-006Palavras-chave:
Câncer ginecológico, Papanicolau, Rastreamento, Saúde da mulher, Unidade Básica de SaúdeResumo
O câncer de colo de útero é um problema de saúde pública no Brasil, tendo a infecção pelo Papilomavírus Humano como principal fator de risco. Apesar de prevenível por vacinação e rastreamento, desigualdades no acesso e limitações do exame de Papanicolau impactam o controle da doença. O objetivo deste estudo foi comparar o exame citopatológico e o teste de DNA-HPV no rastreamento do câncer de colo de útero na Atenção Primária à Saúde, analisando evidências, vantagens e limitações. Trata-se de uma revisão narrativa de literatura realizada nas bases PubMed, SciELO, LILACS e Google Acadêmico, incluindo publicações entre 2000 e 2025 que abordassem rastreamento do câncer cervical. O Papanicolau, amplamente disponível e de baixo custo, contribuiu para a redução da incidência do câncer cervical, mas apresenta baixa sensibilidade (50%-60%), necessitando de exames frequentes. Já o DNA-HPV apresenta maior sensibilidade (90%-95%), permitindo intervalos de até cinco anos e maior cobertura, inclusive com kits de autocoleta, embora com menor especificidade e custos mais elevados. Experiências internacionais e recentes diretrizes nacionais recomendam a adoção progressiva do DNA-HPV como método primário de rastreamento, mantendo o Papanicolau como teste reflexo para casos positivos. Conclui-se que o DNA-HPV representa avanço importante para o rastreamento do câncer de colo de útero, com potencial para ampliar a detecção precoce e reduzir a mortalidade. Contudo, sua implementação requer capacitação profissional, infraestrutura adequada e estratégias de educação em saúde, destacando o papel estratégico da Atenção Primária à Saúde na garantia de acesso equitativo e cuidado integral.
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