O JORNAL APAGADO: ARTE, MEMÓRIA E CRÍTICA NA OBRA DE LEILA DANZIGER

Resumo

O presente artigo investiga a obra da artista visual e escritora Leila Danziger, com ênfase em suas experimentações a partir da materialidade dos jornais impressos. A análise busca compreender como, por meio de procedimentos de apagamento, rasura e reinscrição, a artista elabora um pensamento poético que tensiona as relações entre memória e esquecimento. Nesse percurso, a pesquisa evidencia a potência estética e crítica da efemeridade da notícia, sua obsolescência e fragilidade como suporte, articulando tais aspectos às noções de repetição, melancolia e temporalidade. Assim, a obra de Danziger é interpretada como um gesto de resistência frente ao aceleramento contemporâneo, instaurando um tempo contemplativo que, ao resgatar fragmentos e vestígios, questiona tanto a função social do jornal quanto os modos de construção da experiência cotidiana.