“TRABALHEMO NA PRANTAÇÃO”: UM BREVE MAPEAMENTO DO ROTACISMO NO MARAJÓ – PA
DOI:
https://doi.org/10.63330/armv1n3-001Palavras-chave:
Rotacismo, Variação Linguística, Fenômeno Fonético-FonológicoResumo
Este trabalho tem como objetivo registrar e analisar o fenômeno do rotacismo presente na fala de moradores do município de Ponta de Pedras, situado na Ilha do Marajó, no estado do Pará. A investigação está inserida no campo da dialetologia, sociolinguística, fonética e fonologia, buscando compreender como esse processo de variação linguística se manifesta em uma comunidade específica. O foco principal da pesquisa é a descrição e interpretação fonético-fonológica do rotacismo, com base nos dados coletados em campo. Para embasar teoricamente o estudo, foram considerados autores como Bagno (1999; 2001; 2007), Ferreira e Cardoso (1994), Calvet (2002), Bortoni-Ricardo (2004), Labov (1983), Tarallo (1988) e Razky (1998), cujos trabalhos discutem a diversidade linguística, as variações fonológicas e os aspectos sociais da linguagem. Metodologicamente, trata-se de uma pesquisa descritiva e qualitativa, que utilizou uma amostra formada por 16 participantes, selecionados com base em critérios como: serem nativos da região, terem mais de 50 anos de idade, escolaridade incompleta e distribuição por sexo. A coleta de dados foi realizada por meio de um questionário fonético-fonológico (Aguilera et al., 2001), sendo as respostas transcritas foneticamente e analisadas de maneira interpretativa. Os resultados revelaram a ocorrência significativa do rotacismo, identificado em palavras como “clara” pronunciada como “crara”, “planta” como “pranta”, entre outras. A análise dos dados demonstra a presença de uma variação linguística estável, associada a fatores socioculturais locais, refletindo características próprias da identidade linguística dos falantes de Ponta de Pedras/PA.
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