O CONCEITO DE RACISMO ESTRUTURAL E SUA INCOMPATIBILIDADE COM A SOCIOLOGIA COMPREENSIVA
DOI:
https://doi.org/10.63330/aurumpub.018-009Palavras-chave:
Racismo estrutural, Sociologia compreensiva, Max Weber, Epistemologia, Desigualdade racialResumo
O presente artigo discute a incompatibilidade epistemológica entre o conceito de racismo estrutural, formulado por Silvio Almeida, e a tradição da sociologia compreensiva, inaugurada por Max Weber e desenvolvida por autores como Schutz, Mead, Goffman e Garfinkel. Enquanto o racismo estrutural enfatiza o caráter constitutivo e sistêmico das desigualdades raciais, situando-as nas macroestruturas históricas, políticas e econômicas, a sociologia compreensiva privilegia os sentidos subjetivos atribuídos pelos indivíduos às suas ações, compreendendo a realidade social como resultado de interações e processos intersubjetivos. A análise evidencia que, embora ambas as perspectivas possuam relevância analítica, seus pressupostos metodológicos se mostram inconciliáveis em muitos aspectos. Conclui-se que, apesar da incompatibilidade epistemológica, é possível vislumbrar um diálogo parcial entre as duas abordagens, especialmente no estudo da formação das subjetividades racializadas, ampliando o escopo de compreensão do fenômeno racial na contemporaneidade.
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Referências
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