INFRAESTRUTURA VERDE PARA QUEM? BEM-ESTAR, USOS E DISPUTAS EM ESPAÇOS URBANOS REQUALIFICADOS NA AMAZÔNIA MARANHENSE
DOI:
https://doi.org/10.63330/aurumpub.004-006Palavras-chave:
Buritirana, Justiça socioespacial, Governança, Infraestrutura verde-azulResumo
Este capítulo avalia, de modo multidimensional e situado, os efeitos das intervenções de revitalização sobre o acesso, o uso e o bem-estar percebido em praças e parques de Buritirana (MA), entre 2013 e 2023, com ênfase na equidade socioespacial. A pesquisa combinou análise documental, observações sistemáticas, entrevistas semiestruturadas e aplicação de um survey com 27 itens (Delsante, 2016), respondido por 25 moradores, com análise de conteúdo (Bardin) e tratamento estatístico por médias ponderadas. Os resultados revelam avanços expressivos em lazer ao ar livre (90%), acessibilidade (83,75%) e funções comunitárias (79%), com destaque para os efeitos restaurativos da requalificação do açude. Entretanto, persistem limitações nos domínios de transporte (61,66%), qualidade urbana (71,66%) e áreas verdes (77%), sinalizando fragilidades na conectividade e na manutenção. A análise crítica evidencia que os benefícios não se distribuem equitativamente. Barreiras físicas e sociais restringem o acesso pleno de mulheres com crianças, idosos, pessoas com deficiência e moradores periféricos, especialmente em função da sombra irregular, do mobiliário insuficiente e das rotas fragmentadas. O estudo aponta que obras físicas, por si só, não garantem justiça espacial, sendo necessário integrar governança participativa, manutenção contínua, desenho inclusivo e programação cultural para que os espaços restaurados se consolidem como infraestruturas de bem-estar, pertencimento e redução de desigualdades, em consonância com os objetivos da Agenda 2030.
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