MICRORGANISMO NA BIORREMEDIAÇÃO CONTRA CONTAMINAÇÃO DE METAIS PESADOS NO USO DE PESTICIDAS
DOI:
https://doi.org/10.63330/aurumpub.012-003Palavras-chave:
Biorremediação, Metais pesados, Pesticidas, FungosResumo
O uso recorrente de pesticidas na agricultura tem promovido a contaminação do solo por metais pesados, como chumbo (Pb), mercúrio (Hg), cádmio (Cd) e níquel (Ni), que se acumulam nos organismos vivos devido à sua similaridade iônica com elementos essenciais ao metabolismo celular. A biorremediação, especialmente através do uso de fungos, surge como uma alternativa sustentável e eficaz para mitigar os impactos dessa contaminação. Fungos filamentosos e micorrízicos apresentam elevada capacidade de biossorção e bioacumulação de metais pesados, atuando na mobilização, precipitação e imobilização desses poluentes. Essas espécies produzem enzimas extracelulares, como a fosfatase ácida, que além de contribuir para a liberação de nutrientes como fósforo, interferem na disponibilidade de metais no solo, reduzindo sua absorção pelas plantas. A inoculação controlada de fungos, como Aspergillus niger, Penicillium sp. e Trichoderma harzianum, tem demonstrado resultados promissores na redução da toxicidade e na recuperação de solos agrícolas contaminados. Assim, os fungos representam uma ferramenta estratégica no enfrentamento da poluição por pesticidas, contribuindo para a sustentabilidade ambiental, a segurança alimentar e a saúde pública.
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